quarta-feira, 8 de maio de 2013

Existe um mundo lá fora "Facebookeanos"



Vamos logo ao que interessa, não estou com muita vontade de ficar de embromação.

Antes de entrar a fundo no assunto farei um breve comentário. Condenar a morte criminosos, traficantes e derivados, não mudaria em nada, eu disse NADA, a situação atual. Explico, traficantes da mais alta periculosidade, raramente chegam aos 30 anos. E ainda assim existem muitos, surgem outros, outros e mais outros. Então concluo, se morte resolvesse ou servisse de exemplo, o tráfico ja teria se extinguido. 
Agora sim.
O assunto mais polêmico, ou melhor, o único assunto dessa semana foi o vídeo da morte do traficante Matemático. Pois bem, todos nós sabemos que o matemático era bandido, quer era perigoso, que era assassino... E ai?! Ele era bandido, bandido é bandido porque não cumpre a lei, porque desrespeita a população, inibe nossos direitos de ir e vir e agem do jeito que bem entendem. A polícia não deve em nenhum momento e em nenhuma hipótese tentar se igualar ao poder paralelo, de novo, porque o poder paralelo não cumpre a lei e não deve respeito a ninguém, define-se bandido ou criminoso.

As pessoas gostam muito de expor as opiniões, mesmo sem nenhum fundamento, baseando-se somente naquilo que escutaram de outra pessoa ou pelo que viram na televisão. A maioria das pessoas que defendeu a atitude totalmente irresponsável dos policiais, não tem a mínima noção de como as coisas acontecem nas favelas cariocas. Vocês pseudo-revoltadinhos de internet, não sabem de nada. O mundo está longe de ser o que se passa na TV.

  Hoje, existem poucas diferenças entre os policiais e suas atitudes nas favelas e traficantes das mesmas. Uma delas, a mais visível, é o uniforme, outra é a carteira assinada, a última que citarei, é a representação. Os traficantes e criminosos representam somente a si mesmos, já os policiais representam você, eu e toda a população. A polícia deve combater a “bandidagem”, concordo com isso, acho que ninguém lúcido discorda dessa afirmativa. O grande problema é como é feito esse “combate”. A polícia age igualmente aos criminosos, sim exatamente igual. Sim, eu já vi, e vejo quase todo dia a ação da policia dentro de comunidade.

O tão idolatrado BOPE invade casas de moradores, intimida os moradores das mesmas, ameaça, agride, assedia sexualmente, violenta mulheres, furta, rouba, eles fazem ai com vocês em suas casas? Qual a diferença de você para um “favelado”? O poder público maltrata os moradores de comunidades carentes, seja ele trabalhador, estudante, homem, mulher, criança, adulto ou bandido, todos são tratados da mesma forma. A polícia dentro de uma comunidade age igual, senão pior do que a criminalidade. A polícia dentro de uma favela bate e depois pergunta, todos que estão nas ruas no momento da “invasão” são considerados “vagabundos”.

Policiais apreendem fuzis de uma favela do mesmo complexo só que de facção rival. Depois de apreendidas, essas armas são vendidas para outra facção no mesmo complexo só que do outro lado. E ai?! O que vocês têm a dizer?!

Isso por quê? Eles deveriam proteger a população e não intimidar, quem intimida o cidadão é o bandido. Não mais. A polícia causa medo na população da comunidade, igual ou maior do que os criminosos. Esse método de “guerra” contra o tráfico nunca dará certo. A polícia não vence, o tráfico não vence. Quem perde somos nós. Enquanto a polícia agir dessa forma truculenta e inconseqüente, jamais terá o meu respeito. Bandido bom é bandido morto? A qual custo? A vida de um criminoso vale a de quantos inocentes?


Boa Noite.

21 comentários:

Lucas Pimentel Coelho disse...

Perfeito meu mano, as pessoas tem que lembrar que ter uma opinião divergente pra simplesmente ser do contra não faz de vc um intelectual, nem muito menos vc não lê sobre o assunto em que coloca sua opinião, e não é por que é sua opinião que ela não pode ser idiota ou mal colocada ou até preconceituosa!

Anônimo disse...

Curti !! E concordo plenamente com o fato da polícia agir pior do que os bandidos dentro das favela ! A bandidagem pelo menos protege a comunidade em que está no poder, enquanto que o poder público só exclue essa população... Não defendo o crime ou o tráfico, mas enquanto o poder público não agir de forma diferente !

Raphaela (Lopes)

Anônimo disse...

... enquanto o poder público não agir de forma diferente, eles sempre se igualarão à bandidagem !
Raphaela (Lopes)

Unknown disse...

Pelo que tenho visto o pessoal comentar, muitos partem do princípio do "se", como observou uma jornalista hoje em seu blog. "Se fosse no asfalto, não teriam feito daquele jeito".
"Se fosse na Zona Sul, não teriam colocado as vidas dos moradores em risco".
"Se tivessem atingido um inocente ninguém ia falar nada porque favelado não tem importância".

É tanto "se" que deve haver alguma epidemia que torna as pessoas dependentes da conjunção subordinativa condicional... Mas não vejo ninguém dizer e "se os tiros dos traficantes derruba-se o helicóptero", " e se matassem um policial" e se o matemático conseguisse fugir e continuara aumentando sua lista de mais de 20 homicídios". È tanta pachorra, que na reportagem dizem haver transeuntes na rua, você acha mesmo ??? Balas chuvendo do céu, perseguição policial, a bandidagem toda de fuzil pro alto na rua, você acha mesmo que era transeunte.
Pois é. O tráfico existe no asfalto? Sim. Existe. Mas o traficante do asfalto é morador do asfalto. Ele não atira nos vizinhos porque achou que olharam diferente pra ele. Ele não obriga a garota bonita que mora na rua de baixo a casar-se com ele. Ele não invade a casa alheia para esconder suas drogas ou armas e nem expulsa moradores de suas residências, etc.etc.etc.

A ação do tráfico no asfalto é completamente diferente da ação do tráfico na favela. Por isso não se pode esperar que a ação da Polícia seja igual nos dois ambientes, porque são dois ambientes diferentes. E não é porque em um só tem 'riquinho' e no outro só tem 'favelado', não.
Deve ter gente que acha que é melhor não fazer operação nesses lugares. Deixa os bandidos lá. Assim eles ficam só subjugando quem mora nos morros e nas favelas. Afinal, quem mora em morro e favela merece isso, né? Afinal, como os poliçólogos acham que se pode entrar em um lugar dominado por traficantes fortemente armados? Soltando pombinha branca e pedindo por favor?
Apontar o dedo para a polícia é muito simples, a polícia é só a ponta de um iceberg muito profundo. Anualmente a PMERJ e a PCERJ efetuam algumas dezenas de milhares de prisões, ou seja, tiram da rua pessoas que estariam roubando, matando, furtando, estuprando, contrabandeando e muito mais e até isso querem fazer parecer uma agressão a sociedade. Parecem fazer crer que a culpa disso tudo é da polícia, a polícia é só o lenço que tenta limpar um catarro que vem de um virus muito mais profundo. As nossas polícias tem gente escrota, sim com certeza tem, são mais de 50 mil policiais ora ou outra vamos nos deparar com situações assombrosas, mas apontar o dedo para toda uma instituição é no mínimo generalizar grotescamente, assim como dizer que todo comunista come criancinha, não temos ideia da quantidade de operações realizadas diariamente por esses mais de 50 policiais. Hoje andei vendo uma coisa no face dizendo que quem apoia a polícia é responsável por três assassinatos cometidos por policiais, mas por outro lado, quem protege a bandidagem, responde também por parte dos 50 MIl HOMICIDIOS que ocorrem anualmente no Brasil, parece estranho, mas a lógica é a mesma da imagem do FB. BEM SEI QUE NÃO VOU MUDAR A OPINIAO DE NINGUEM, NÃO TENHO PRETENSÃO PARA TAL, MAS DEIXO MEU PONTO DE VISTA

Anônimo disse...

Acredito que todos os policiais que se igualam a bandidos devem ser expulsos e julgados como bandidos,o problema é a linha bem fina que separam o bem do mal durante uma ação que muitas vezes tem que ser rápida e reflexiva dentro de uma favela.Ou vocês acham justo um policial que teve frações de segundo pra decidir,com adrenalina a mil por hora ser condenado a prisão por que durante uma operação em uma favela escura confundiu um morador em cima da laje com um guarda chuva com um bandido de fuzil?É muito fácil condenar,ou julgar esse cara quando você é um promotor tomando e julgando o fato dentro do escritório com a mente refrescada pelo seu ar condicionado,ou quando você é um jornalista sobre o mesmo escritório.
Acredito que existem situações onde apenas se pode dar a resposta com a força necessária e a polícia seria a nossa ponta da faca para defender a população(nós).
O problema é o sistema como um todo,que coloca um pobre(policial) pra matar outro pobre(bandido) e vende essa imagem pra classe média(nós) que isso será a solução dos nossos problemas,e nós que temos um pouco de estudo sabemos que não é.
Sabemos que a violência da polícia hoje é primordial para resolver nossos problemas a curto prazo,mas também sabemos que sem educação,hospital,trabalho,esse trabalho será como secar o gelo ou lavar o carvão,nunca dará o efeito completo.
O que nós estamos aqui discutindo? O julgamento,alguns contras,outros dando apoio aos policiais e bandidos(pobres e pobres),e nos desviamos do verdadeiro julgamento que deveria ser feito,contra os magnatas do nosso país,grandes conglomerados de comunicação(Globo,bandeirantes e etc.) e partidos políticos(PT,PSDB e etc.) lá estão os verdadeiros bandidos,que se julgados com a reta justiça podem de fato levar esta nação ao rumo correto,o rumo da honestidade,educação e etc.
Mas enquanto os magnatas do país conseguirem desviar o foco,fazendo nós da classe média,julgar sempre os pobres(bandidos pé sujos e policias pobres assalariados) eles conseguem travar nossa sociedade ao rumo que verdadeiramente deveremos tomar para realizar as mudanças.
QUais seriam esses rumos?Para tudo.Greve geral da nação,todos reunidos,classe média e classe operária,como numa primavera árabe, talvez isso surtiria algum efeito,destituir todos os Renans Calheiros e Sarneys do Brasil,sabemos que eles formam as capitanias hereditárias modernas,no Maranhão,em Alagoas,família Marinho no Sudeste,Macedão entre os evangélicos,Dilma,Lula e o PT entre os miseráveis do nordeste e sudeste,ou seja,esses deveriam ser nossos inimigos e de fato são,quando a gente acordar pra isso,talvez um dia as coisas mudem.
Enquanto isso a gente escolhe de que lado ficar.Ou do bandido pobre ou do policial pobre.E os poderosos reinam sem questionamentos.
Me respondam,como o mais alto escalão do Poder Judiciário condenam os homens do mensalão e eles estão soltos,aguardado qual recurso?A mais alta corte do país já julgou,não existe mais recurso,a não ser que eles coloquem no tribunal de Internacional da Holanda e acreditem,se lá eles forem condenados,irão ao tribunal Intergalático de Marte,e nós nos calaremos até quando?

Ass: Raphael Domingos Nogueira

Lucas Pimentel Coelho disse...

Quando vc me mostrar em qual momentos defendemos o bandido, eu aceito todos os seu argumentos?! Me responde, o favelado FB Fabiano Atanásio, chefe do tráfico do alemão, bandido de alta periculosidade, foi preso numa cidade do interior de São Paulo, e o sitio que ele tava, ou casa não lembro bem, não era um local afastado de outras residencias e como a policia agiu ?! SEM DAR UM TIRO... Dois pesos, duas medidas pra policia militar do rio de janeiro, e sim é fácil criticar uma instituição restaurada pela ditadura que não deveria nem mais existir... ou vc acha que algum lugar do mundo com um minimo de civilidade e democracia ainda exista Policia Militar ? O CORE que me surpreendeu ao fazer uma incursão na qual pareciam novatos em treinamento que tinham acabado de entrar pra policia... Pelo amor de Deus, vamos ter o minimo senso pra defender certas coisas, já que é isso que sua opinião cobra...

Unknown disse...

Na prisão do FB, lá em São Paulo, não me lembro dele ter aramas em casa e lembro também de ter se rendido sem nenhum comparsa para fazer a "contenção". Nas imagens do domingo, tem pelo menos uns 15 armados de fuzil, ou seja, uma conjuntura bem diferente. E todo lugar do mundo existe policia com as feições de nossa PMERJ, que é patrulhamento ostensivo e enfrentamento, só que com nomeclaturas diferentes. Em são paulo por exemplo, é guarda metropolitana. Enfim, não tem como comparar a situação do FB que se entregou com o matemático.

Marcia Coutinho disse...

Realmente Gustavo nossa polícia é despreparada e acima de tudo mal paga, por isso temos tanta corrupção. Falamos tantas besteiras sobre esses assuntos damos opiniões diversas sobre isso tudo mas na verdade é porque nunca ¨graças a Deus¨ nunca nos aconteceu nada nem com nossa família, porque na mesma hora esse seu pensamento muda. Eles os bandidos são pessoas frias, crueis, que não tem nada a perder e assim tratam quem cruzam seus caminhos. Pena de morte sim para essas pessoas que tiram crianças de dentro do colégio e levam para um motel para estrangular só porque o pai da criança não queria ter uma caso com ela,esse safado que estuprou, humilhou uma moça no ônibus na frente de todo mundo etc etc... Um dia quando vc tiver filhos, vc mudará talvez o seu pensamento pois quando um filho nosso está na rua só nós pais e mães sabemos o que sentimos enquanto vcs não chegam em casa.

Gabriel Amaral disse...

Não vou dar minha opinião aqui e agora sobre o assunto. Creio que todos os outros textos que escrevi sobre violência e impunidade falam por mim. Cá estou, então, somente para deixar clara a alegria que temos Lucas, Gustavo e eu de ter suscitado com cada texto nosso discussões que no dia-a-dia ficam relegadas. É o mote do Blog. É o que nos faz escrever mais. Obrigado a todos; aos que concordam e aos que discordam!

Unknown disse...

Muito bem explicitado o "outro lado" do meu pensamento.
Parabéns Gustavo!
Mas não mudo: pra mim, bandido bom é bandido preso, mas se for morto, melhor ainda.

Marlon Rocha disse...

Essa forma da policia agir não é incompetência da corporação, e sim a única maneira possível dela agir dentro do contexto sócio-econômico e político do Rio de Janeiro. A desigualdade social no RJ é, como todos sabem, extremamente acentuada e a polícia é um braço do Estado que têm de "resolver" o problema da criminalidade que advém desta desigualdade. Mas o que é considerado crime? Infrigir a liberdade de outrem? Veja as cadeias da nossa região e constatará que grande parte dos 'meliantes' foram postos lá não por atacarem aos "direitos naturais" (pra usar um jargão liberal amplamente aceito) ou a liberdade de outra pessoa, mas sim por atacarem à propriedade - roubar um carro, uma moto etc. O que quero dizer com isto é que as ações da polícia estão diretamente ligadas à uma política de contenção dos "pobres famintos e perigosos". Portanto, a corporação da polícia militar não representa a mim, a você e a toda a população, mas sim um governo que age quase como uma marionete da classe empresarial, a qual precisa de um terreno relativamente livre de conflitos sociais para atuação. Neste caso, minha confortável condição financeira faz com que a polícia não me trate como 'perigoso', diferentemente de alguém que não tem uma situação confortável financeiramente. O objetivo da polícia é não deixar a favela descer pro asfalto.

Por isto, a polícia militar deve ser imediatamente abolida! Ao contrário do que se pensa, isto não traria o caos, mas só o desaparecimento de um braço do Estado responsável por reprimir os pobres. Esta violência, muito bem pontuada no seu texto, com a qual atua a PM nas favelas é fruto da lógica de Criminalização da Pobreza, na qual o pobre é visto como criminoso em potencial e, por isto, não tem problema infrigir suas liberdades individuais (outro jargão liberal aceito.. rs)pois ele não deve ter os mesmos direitos de um classe mediano ou alguém com condição financeira melhor.

Tem dois textos interessantes pra essa questão, um da ONU e outro do Proudhon. O primeiro é um relatório da comissão de direitos humanos, na qual é defendida a abolição da polícia militar no brasil por todos os assassinatos extrajudiciais entre outros fatores. O segundo é de caráter mais reflexivo, pois faz uma analogia do Estado e suas instituições com um homem que tem as pernas enfaixadas desde que nasceu. Ele aprende a andar, mas achando que a faixa é responsável por essa sua habilidade; se alguém diz, no entanto, que vai tirar a faixa, ele fica com medo, pois acha que não vai conseguir andar sem ela.

Unknown disse...

Uma simples vista nos dados da segurança pública do Estado do Rio de Janeiro, SÓ PARA O MÊS DE MARÇO DE 2013, mostra que a coisa não é bem por ai. Basta ver: Lesão Corporal Culposa: 3.734, Encontro de cadáver/ossada: 66, Roubo a transeunte: 4.771( realmente o grande empresariado anda sendo muito assaltado na rua), roubo de coletivo: 460 ( nossos empresários andam muito de onibus), Roubo de veículo: 2.214 (imaginem o prejuízo das seguradoras qndo os carros blindados, cercados de segurança da burguesia, são roubados. Bandido não se interessa por carro popular) Estupro:497( Mais de 65% destes, cometidos na baixada e no interior, onde reside a alta burguesia). Por outro lado, foram realizadas 1567 apreensões de drogas, 719 apreensões de armas, 2.713 prisões e foram cumpridos 1387 mandados de prisão. Sinceramente eu não vejo como a extinção da força policial pode colaborar para a melhora desse quadro,simplesmente não consigo enxergar a lógica desse pensamento, uma vez que a maior parte dos crimes cometidos, são justamente contra trabalhadores comuns: transeuntes, passageiros, mulheres e motoristas. Acho que a lógica está invertida, primeiro deveriam se preocupar em garantir educação, garantir saúde, promover oportunidades, erradicar as drogas etc etc etc. Para depois pensar em acabar com a polícia.

Gabriel Amaral disse...

Que lero-lero mais modernoso, Marlon Rocha! A lógica não me permite respondê-lo de forma inteligível. Simplesmente não dá. Combinamos o seguinte: Quando te roubarem, quando te furtarem, o dia que você se veja de frente para o banditismo dos pobres coitados, não vá a polícia.

Lucas Pimentel Coelho disse...

Dados de segurança pública feitos pela Polícia ou indicados pelos mesmos é brabo, já vimos como isso se da em Tropa de Elite e acho que ngm discorda quando o Mapa de Violência Urbana é acertado pelo Cabo Mathias, isso não é argumento, vc vai roubar onde é mais fácil roubar, pq se não todo mundo só assaltaria banco, PORRA VAMO PENSAR SÓ UM POUQUINHO VAMO! e Gabriel, pra mim vc não tem retórica pra responder o Marllon e por isso fez esse comentário mais do que inútil, como se fosse assaltado e fosse na Polícia e em 24 horas e o cara tivesse preso ou sendo procurado, pelo amor de Deus, pensar tá sendo um trabalho meio complicado pra vcs hein....

Unknown disse...

Sabe, ainda não tenho bola de cristal, por isso recorro a dados oficiais. Mas nem de longe o objetivo da postagem foi passar informações precisas. Foi meramente ilustrar quem sofre com a violência, que no nosso caso é o trabalhador comum, exposto diariamente a criminalidade. E é aquele trabalhador que pega onibus, que acorda cedo, que ganha até três salários minimos. É ele que é agredido na rua,quem têm suas mulheres que são estupradas, que não podem sair pq não tem carro p/ voltar pra casa com o minimo de segurança, é aquele que se tiver o celular roubado só consegue outro no mês seguinte e que pra pagar 30 reais p/ recuperar o chip, tem que optar por abrir mão de alguma coisa durante o mês, e muitas vezes não é deixar de tomar uma cervejinha. Não por acaso a grande massa da população apoia a pena de morte, apoia atitude firme da polícia e coisas do gênero, e não é pq ela é "mazinha" ou "riquinha", pq ela tb é pobre, mas é pq é justamente ela que mais sofre na mão da bandidagem. Como eu disse, tem policial escroto, tem policial psicopata, mas é ingenuidade ou no mínimo hipocrisia achar que o policial acorda de manhã querendo matar um favelado. Pq na grande maioria das vezes é de lá que o policial vem, foi lá que ele morou ou mora, é lá que mora sua família e seus amigos. O policial, ao contrario do que você pensa, não é inimigo do pobre, pq ele tb é pobre. Os praças, que são a ponta de lança da polícia, não ganham mais de 2 mil reais. Quando vemos lá em brasilia que o legislativo que colocar coleira na Policia Federal ou no MP, o que pensamos - "eles querem roubar sem serem pertubados" e aqui, quem ganha com o fim da polícia? É ruim com ela, mas seria muito pior sem ela. Não estou dizendo que a policia tem que matar ou fazer coisas do tipo, policial que faz bandidagem, tem que ser exemplamente punido, é óbvio que a policia tem que preservar a vida, mas não da para achar que ela está num mundo diferente da realidade. Como disse, não consigo enxergar a lógica do pensamento de acabar com a polícia. A coisa é muito mais profunda do que nossas discussões supérfolas. Por exemplo, discutimos se a liberação da macanha reduziria a criminalidade, eu pessoalmente acho que sim. Mas a coisa é mais profunda, ta certo que a maconha representa 35% do faturamento do tráfico, mas não é pq ele não vai ter maconha pra vender que ele vai deixar de ser bandido, ele vai buscar outra alternativa ou vai "migrar" como diz na giria. O que faz o cara deixar de ser bandido é ter comida na mesa, é ter saúde, é ter estudo é ter oportunidade é ter alternativas ao mundoo crime e so não é um caso de polícia. Discutir a polícia e ficar na cortina de fumaça, é o boi de piranha ou o bode espiatório do sistema. Para os intelectuais o vilão do caso do matemático foi o piloto Adonis, mas a coisa vai além, reside em como e pq o cara entrou para o crime, como ele conseguiu tantos "soldados", como seu "negócio" prosperou etc, pq a PC precisou de uma metralhadora como aquela. Sua morte não foi o inicio de um problema e sim a linha de chagada de um sistema todo errado que levou aquilo. Mas como disse, é muito comodo deixar os pobre brigando aqui em baixo. É mais facil tentador limpar o catarro que podemos ver a enfrentar o vírus que causa o catarro

Bruno Linhares disse...

Uma coisa que você não considerou, Gustavo:

A polícia age com truculência e assemelhada aos bandidos dentro das comunidades carente que são lar e refúgio dos criminosos. Mas só lá dentro, no máximo nos arredores.

Já os bandidos - os eternos protegidos da ministra Maria do Rosário e demais desvairados dos "direitos humanos" - ceifam vidas DENTRO e FORA de seus domínios. Até mesmo de dentro de presídios comandam assaltos e ataques, inspiram jovens traficantes e assaltantes que vitimam cidadãos de bem por toda a extensão do território estadual, irrestritamente.

Eu não temo andar pelas ruas e ser abordado por um policial legítimo. Um homem fardado só me fará mal se for um bandido disfarçado. Já dentro de uma favela, a condição imposta pelos ditadores dos variados "comandos" para a pífia ajuda de custo que às vezes oferecem é a subserviência, a escravidão do silêncio, o controle violento dos passos e das palavras dos moradores. Qualquer transeunte dentro de uma favela dominada por um criminoso corre o risco de morrer se desviar-se um centímetro que seja da linha de conduta determinada pelo poder vigente e ilegítimo dele.

A diferença entre polícia e bandido vai muito além do aspecto institucional que você citou (carteira assinada, etc). Os policiais são (ao menos na teoria) formados para servirem a um código cívico solenemente ignorado pelos bandidos.

Para você, pode ser muito claro que a polícia não deveria ter aplicado aquela perseguição ao "matemático" da maneira arriscada como foi, porque daquele modo colocaram em risco a vida de muitos inocentes. Só que aqueles inocentes *já vivem sob constante risco*, não só de um arroubo de retaliação do agora morto líder, como de seus asseclas; ou ainda, de serem atingidos por um movimento bélico de conquista da área, perpetrado pelos rivais do agora morto "matemático". A qualquer momento.
Eu acho que a caçada que a polícia fez deveria ter sido empreendida PELOS MORADORES há muito mais tempo! Mas - e isso sim é que deve ficar claro - é A POLÍCIA quem dispõe do poder bélico, das armas, da estratégia militar, para atingir o sucesso da operação com uma baixa mínima.

É verdade que os policiais perderam faz tempo a noção necessária para distinguir o morador da favela do bandido. Mas é também verdade que há muito tempo esses moradores já inverteram seu entendimento de quem é bandido e quem é mocinho. Os favelados sabem que não devem desafiar os bandidos e não podem confiar na polícia. A polícia, que precisa salvar os favelados dos bandidos, já não consegue mais confiar nos favelados, para sua própria segurança.


Aí você questiona o que nós temos a dizer perante a corrupção que inegavelmente age dentro da polícia, beneficiando bandidos. Eu respondo: trabalhe pela valorização dos policiais e não pela represália aos seus atos mais valiosos para o restabelecimento da paz no estado. Começe a exigir dos cínicos dos "direitos humanos" um tratamento no mínimo equivalente para as famílias dos policiais vitimados que é dispensado para os bandidos que sobrevivem à captura e às suas famílias - melhor seria que a atenção para as famílias dos "mocinhos" fosse muito maior.

Pare de tratar bandidos marginais pegos em flagrante como "vítimas da sociedade" que logo depois você terá razão para tratar policiais corruptos como os bandidos que são. Pare de escolher a dedo os bandidos dos quais ter pena, que talvez você começará a alcançar a raiz da corrupção de comportamento que gera o crime.

Anônimo disse...

Thiago Sarro, apesar de algumas ironias suas, acredito que das pessoas que responderam, você é o único a quem devo uma réplica. Às outras respostas, só tenho a lamentar. Mas vamos lá. Primeiramente, quando eu falei das estatisticas criminais, me referi à "propriedade" e não à "grande propriedade" (eu explicitei sutilmente essa diferença no texto, pode reler que constatará isto). Neste caso, estamos falando da mesma coisa - dos roubos de carros, celulares, bolsas etc -, e a estatistica que você trouxe para o mês de março de 2013 só comprovou o que eu já havia dito.

A extinção da polícia militar não melhoraria esse quadro, não é essa minha questão. O que eu tentava colocar é que as cadeias não são um reflexo das violências presentes na nossa sociedade, pois não é porque você infringiu a liberdade de outra pessoa e foi delatado que vai ser preso. Ao nosso redor, diariamente, milhares de pessoas sofrem com diversas outras violências - de gênero, de cor, de raça, de sexualidade, os próprios abusos policiais, assédio moral dentro das empresas, assédio sexual -, não sendo possível ver nas cadeias o reflexo dessa sociedade que ataca tanto à propriedade (do transeunte)quanto às liberdades e à diversidade de cor, raça e gênero. Ou seja, estamos, a nossa volta, repleto de violências e o crime a propriedade é o mais considerado no momento da apreensão policial. Se quiser eu trago estatísticas que mostram quantas infrações que não são ataques a propriedade são cometidas diariamente e não são 'vistas'.

É a partir do porque disto que fiz a defesa da extinção da polícia. Esta é responsável por manter a ordem. Mas que ordem é essa?

Quem sofre com a violência realmente é o 'trabalhador comum', mesmo porque os detentores do grande capital não estão no meio da cidade. Mas seria um descompromisso com a complexa realidade de um centro urbano, achar que todos que 'trabalham comumente' são iguais. Eu sou um 'trabalhador comum', mas não sou igual (sócio-economicamente) a uma pessoa que tem uma renda de um salário mínimo ou pouco mais. É por isto que eu discordo de você, pois os trabalhadores comuns também são tratados de forma diferente de acordo com o seu semblante e sua renda - e a localidade. Essa diferença no trato é um reflexo dessa política em que o pobre é tratado diferentemente do classe mediano (ou alguém superior financeiramente) que habita (quase) o mesmo espaço. É esta a lógica de Criminalização da Pobreza. E é por isto também que a "guerra ao tráfico" se dá de forma desenfreada e truculenta.

Na favela a polícia não age igual no asfalto, porque é lá que estaria, de acordo com a lógica de criminalizar a pobreza, repleto de 'bandidos periogos'. Mas esta é uma grande falácia, já que grande parte das populações de comunidades são de trabalhadores, restando a uma minoria o caminho da bandidagem. Isto, no entanto, não é considerado pela polícia, porque na favela ela tem muito mais aval pra agir toscamente, pondo a vida de milhares em risco diariamente do que no asfalto. Saúde, educação, oportunidade de emprego, saneamento básico: a resolução do problema das favelas já virou jargão, mas, para trabalhar com a realidade, como você mesmo pediu, a única política estatal que chega nas comunidades é a da força.

...

Anônimo disse...

...Continuando.

Por fim, concordo com você que os policiais - os praças, pelo menos - são pobres. Agora, daí deduzir que ele não vai ser truculento ou agir contra outro pobre é de grande ingenuidade. Eu frequento duas favelas diferentes e o que mais vejo é abuso policial (com ou sem UPP). Se você perceber, também, no meu discurso eu não falo em nenhum momento em nomes de policiais. Eu me refiro a corporação como um todo. Não podemos deixar de lado que ela é uma instituição e, como toda instituição, tem a quem sirva e com objetivos bem definidos. Não acho que o policial seja 'inimigo do pobre', mas sim o empregado de uma empresa que tem por fim criminalizar a pobreza e conter os pobres para que tudo esteja 'em ordem'.

Realmente, a culpa não é do Matemático e também não é do Adonis. Estes são apenas dois indivíduos que seguiram dois caminhos tortuosos, sendo que um tem aval da sociedade pra matar e o outro não. Não é matar o Matemático que acaba com a criminalidade. Como você disse, legalizar a maconha não acaba com a bandidagem, porque sempre terá quem achei meios duvidosos de 'fazer o seu'. Não se acaba com a bandidagem a partir da força, mas após uma reformulação estrutural da sociedade através da política, mas não a política de Brasília, mas sim do dia-a-dia, em que sejam considerados os milhares de excluídos - e que são maioria. Acredito que aqui não seja o espaço pra tais propostas, visto que o assunto é a policia. Com relação a esta, só vejo este caminho, o da abolição da mesma.

Marlon Rocha

Anônimo disse...

direitos humanos é feito para humanos e não para traficantes, policiais, mocinhos ou vilões. Direitos Humanos é feito para garantir o mínimo ao humano, antes dele ser mocinho, vilão e os caralho ele é humano! Se você chama a porra do direito humano de cínico e entende que ele deva tratar melhor o "mocinho" do que o "vilão" você deveria clamar pela mudança do nome dos direitos humanos pq tratamento diferente já não é mais direitos humanos, e sim direito dos mocinhos ou dos mauzinhos.
Mais uma coisa: Sua visão de favelado, no comentário, é bem generalizante também hein

Bruno Linhares disse...

Só volte a se dirigir a mim quando inventarem os "direitos dos anônimos".

Unknown disse...

Prezado Marlon, li seus textos, concordo em algumas coisas e discordo em outras. Enfim, é sempre bom ouvir visões divergentes para arejar as ideias, mas continuo sem entender como a situação pode ser melhor sem PMERJ ou PCERJ, acho que os crimes cometidos pela polícia podem acabar, mas os demais crimes, quem controla? De modo que não consigo entender o cerne da lógica do pensamento do fim das polícias. Mas é isso aí, queremos o mesmo, mas por caminhos diferentes...