O
bronzeado estava em dia. O cabelo bem ajambrado. A torrente de palavras bem
utilizada. O discurso afiado. Apresentou-se, assim, no último domingo, o pastor
Silas Malafaia, de frente com a melhor entrevistadora do Brasil, Marília Gabriela,
no SBT.
Já de
inicio, Silas Malafaia contestou a veracidade da reportagem veiculada na
revista Forbes. Alega a publicação que com patrimônio avaliado em R$ 300
milhões ele é o terceiro pastor mais rico do Brasil. Silas diz ter em mãos
documentos que provam que ele possui “somente” R$ 4 milhões. Pode ser a
verdade. Se Silas não teme expor suas finanças, que abra suas contas. Como se
sabe, a Receita Federal é o único órgão público que funciona com propriedade.
Que suas contas sejam devassadas!
Psicólogo
de formação, teólogo e pastor por escolha, chegado o momento dele defender os
preceitos religiosos que move sua fé e a fé de milhares, Malafaia o fez com
distinção, embora tenha vez por outra se excedido na altura da voz ou até mesmo
nos argumentos.
Defendeu
como pode, e bem, a prosperidade dele e de seus fies. Quem me lê agora e não viu
a entrevista pode achar que defendo o modo como Silas Malafaia ganha vida. Não
é o caso. Sou ateu. Não dou dinheiro a Igreja alguma. Não creio em Deus. Não
creio no diabo.
Ao falar
sobre o besteirol tão propagado por certas vertentes evangélicas, aquela
conversa mole de dar o que se tem pra se ter o que se quer, mais uma vez Silas foi
preciso e, para tanto, utilizou a Bíblia. Sua interpretação dela. Utilizou
exemplos que são vivenciados diariamente nas várias Igrejas evangélicas. Mais
uma vez discordo dele, mas é preciso admitir o furor dispensado pelo pastor.
A partir
da entrada na conversa sobre o homossexualismo – segundo o lobby politicamente
correto o sufixo ismo caracteriza doença – concordamos e discordamos o pastor
Silas e eu. A defesa que ele fez da utilização do termo homossexualismo é
correta. Nós dois achamos que homossexuais não são doentes. Apenas se comportam
sexualmente de maneira diferente da maioria heterossexual. Sendo assim, o
sufixo ismo só conota doença na cabeça do lobby politicamente correto ao qual o
lobby LGBTZYZ aderiu infantilmente. Caíram numa armadilha.
Ao tentar
dar viés de estudo genético aos seus preceitos Silas se embola. Deveria ter
feito outro tipo de defesa. Não há explicação concreta/cientifica ainda nos
dias de hoje que explique se o sujeito ou a sujeita tenha nascido ou não
homossexual.
É nisso
que acredito.
Ao falar
sobre números e lei, Silas é muito melhor. Seus argumentos sobre aberração e o
desaforo com a Constituição que se espalha por toda a PLC122, o projeto de lei
por um país sem homofobia, a retidão dos seus argumentos, são idênticos aos meus
e aos do articulista da Veja J.R.Guzzo, assunto já tratado em texto aqui postado -
A lógica sempre vence. Sem estardalhaço, sem plumas e nem paetês. Explico-me: a
lei que (deveria) proteger a todos (deveria) proteger homossexuais também. Não
será criando dispositivos que ferem a Constituição que homossexuais conseguirão
se inserirem como iguais na sociedade. E convenhamos: Ofensa de cunho
filosófico é só uma estultice abobada dos bobões de sempre, tanto faz se
héteros ou homos.
Ao falar
que expulsaria homossexuais da sua Igreja, assim como expulsaria adúlteros,
nada há o que se dizer sobre Silas. Sãos as regras da sua Igreja. Quem esta lá
que se sujeite a elas. Não querendo, que saia.
Silas, que
recebeu do Exército Brasileiro a honraria de ser considerado um pacificador diz
ser possível "curar” homossexuais. Não acho possível. Silas na entrevista citou
o pastor Joy, que “era” travesti e hoje é casado. Não o conheço. Sendo este
mesmo o caso, ou Joy se travestia por luxúria ou se travestia por gosto. Hoje,
portanto, ou voltou ao normal e abdicou da luxuria ou está se enganando e
enganando a esposa, sua família. E sendo infeliz.
Ao
destrinchar a adoção de crianças por casais homossexuais, o pacificador Silas,
o pastor Silas não foi lógico. Sou um pessimista. Um pessimista fatalista que
crê num pré-determinismo. Acredito firmemente que as pessoas são o que são.
Nascem homossexuais ou nascem sociopatas, independente de quem os crie, de como
os crie. Não posso provar cientificamente o que creio. Sinto. Pergunto: Casais
heterossexuais criam filhos que são homossexuais, certo? Criam filhos
assassinos, certo? Casais homossexuais farão o mesmo. As pessoas são o que
são...
E são o
que são para todo sempre. Pacificadores ou homossexuais. Iguais e diferentes.
22 comentários:
Ora, se você faz uso da expressão '"cura"' (entre aspas), não há como não aceitar que um indivíduo que agia como homossexual e agora parou de agir foi "curado" (assim mesmo, entre as aspas).
Tomando a travestilidade como um excesso de atitude motivada pelos desejos sexuais, ou seja, um exercício de luxúria, o abandono desta prática representa a transição de um estado para o outro, no tocante aos costumes. É como parar de fumar: não é preciso identificar o tabagismo como uma patologia (destaque para o sufismo 'ismo'!) para considerar a cessação da prática (que, se impulsiva e de difícil controle é chamada de vício) de uma "cura".
Para um ateu, é sempre engraçado ler que você, Gabriel, "crê" em algo, hehe.
Estou contigo, no grupo dos que conjecturam sem poder provar cientificamente o que opinam. Aliás, a maioria esmagadora das pessoas que opinam sobre qualquer assunto TAMBÉM se insere nesse grupo e não deveria haver mal algum nisso.
Mas, diferente de você, eu considero o meio social um fator importantíssimo para a formação do comportamento (note a escolha do termo, em detrimento do mais comum "formação de caráter").
Psicopatas, no geral, alegam frustrações ou traumas. Pais não-assassinos podem ser violentos ou desempenharem papel repressor que faça germinar uma sede de sangue ou um desprezo pelo valor da vida em uma pessoa. Ah! Acho que abusos sexuais também. Se forem abusos homossexuais então.....
E, claro, não só os parentes são influenciadores, mas crianças/adolescentes/jovens/adultos interferem entre si nos padões de comportamento alheios, acolhendo ou rechaçando um indivíduo.
E o mesmo vale para o caso do homossexualismo. As companhias e a própria criação recebida pelos pais pode influenciar. Vez por outra eu ouço relatos de professoras de alunos efeminados cujas mães (solteiras, na maioria dos casos) não dão a mínima para o distúrbio dos filhos, quando deveriam.
Muito bom Gabriel, concordo com você em grande parte do texto. A lógica e os números sempre vencem. E numa guerra onde os dois tem números a seu favor, o jogo termina empatado... hehehehehe
malafaias, macedos e afins são pessoas da pior espécie. usam da fé de pessoas que acreditariam em Deus mesmo que Deus viesse dizer que existe mas que Ele é invenção dos homens de má fé pra se aproveitar da boa fé das pessoas com objetivos puramente, desde a criação das religiões, políticos.
Infelizmente, o que fica caracterizado como CERTO na minha opinião é que somos nós, HUMANIDADE, os ERRADOS. Acreditar ou não acreditar em Deus, ser fiel ou ser ateu, ser tricolor ou flamenguista, mocinho ou vilão, político ou gente honesta, é tudo errado de algum determinado ponto de vista e tudo certo de outro.
Nunca chegaremos a conclusões finais nem mesmo se Deus provasse ou não sua existência como conhecemos, ou até como queremos que Ele seja.
Não existiria 100% de aprovação, afinal errar é humano e teria sempre gente errada como já falei na questão dos pontos de vista.
ficou meio enrolado mas acho que deu pra me fazer entender... hehehehehehhe
Com licença, Rodrigo, boa noite.
Não acompanho futebol, não torço para qualquer time atualmente, mas nunca me pareceu que um torcedor, mesmo o mais fanático, afirmasse ser *errado* seu colega torcer para outro time que não o dele. É pura questão de lógica: se é preciso 2 times para que haja uma partida de futebol, ambos os times são necessários. E se não pode deixar de existir pelo menos 2 times, não é possível, jamais, ser real a possibilidade de alguém estar errado para torcer para um time ao invés de outro.
Boa parte dos problemas como o da discordância entre gays e os demais têm como matéria, substância, essência o relativismo. Quando se recusa a busca pela verdade, só o conflito e o andar em círculos pode persistir.
Portanto, nem tudo pode ser usado como exemplo de que hajam muitas verdades.
Acho bem infeliz essa ideia de que o homosexualismo pode ser gerado através de influencias sociais. Eu presenciei 5 casos, na minha infancia/adolescencia, de amigos/colegas de escola , os quais eram os mais pegadores da escola, tinham pais hetero, amigos hetero, mas apresentavam um comportamento afeminado. Se isso não é genético, é o que? o diabo ? punição divina?
Cara psicopatas não alegam nada..., eles não se arrependem do que fazem, por isso é uma doença e não um desvio comportamental...,não confunda as coisas, é diferente o playboy que taca fogo no mendigo pra aparecer pros amigos , do cara que mata os colegas de escola a sangue frio.
Sobre o relato de professoras, voce ta alegando que ausencia da mae pode ter causado homosexualidade? Que sentido isso poderia fazer?...E não sei se voce ja presenciou isso, mas quando o pai tenta reprimir o filho por ser homosexual, isso piora a situação. Ou você tem relato ai de um pai que reprimiu o filho e ele se tornou hetero ?
Daniel, os caras eram "pegadores" de rapazes ou de garotas? Se era de garotas, isso não configura homossexualismo, por óbvio.
Os roqueiros oitentistas foram garanhões, mesmo sendo andróginos. Há mulheres com gosto para tal, ironicamente.
De mulheres, obviamente, senão meu argumento não faria sentido. O que quis dizer, é que presenciei homens que tinha pais hetero, só tinham amigos hetero, e se relacionavam com muitas mulheres, mas mesmo assim no final se tornaram gays
Daniel,
Eu não estudo casos de psicopatia. A ideia que tenho é essa, de que eles podem alegar motivos os mais diversos e, para nós, mais absurdos e inaceitáveis, já que a mente deles não regula bem. Eles vivem uma realidade alternativa, uma compreensão da nossa realidade distorcida, onde uma das características mais patentes é a desvalorização da vida humana alheia.
Um atirador de escola pode alegar reação/vingança contra "bullying. É absurdo, mas possível, em se tratando de um psicopata. Foi só o que quis dizer sobre isso.
Sobre o relato de professoras, você entendeu errado: a ausência é do pai. A ausência da figura masculina pode privar a criança do referencial desse comportamento, inclinando-a ao comportamento efeminado.
Não, não tenho relato de repressão bem sucedida pra evitar homossexualismo, bem como não tenho relato de orientação não-violenta de um pai zeloso. O problema pode estar aí.
Só pra deixar claro, eu concordo que pais homosexuais, influenciam o filho a ser homo, isso é inevitavel, todos nós somos influenciados por nossos pais, mas a questão é que isso não importa, você nao vai se tornar gay só pq foi influenciado a isso, assim como eu não sou violento, por ter tido um pai violento.
Ahhhhhh.... eles viraram gays depois de uma carreira de "heterossexualidade" (piada com o politicamente correto)? Isso não tinha ficado claro da forma que você contou, antes.
Bem, é uma pena. Mas é um exemplo à favor do argumento de que isso é, no fim, questão de escolha.
Ah sim agora faz mais sentido, mas mesmo assim acho esse tópico indiscutivel, nunca vai se chegar a uma conclusão. Cada caso é um caso.
É ficou faltando o final, dizendo q eles viraram gays, por algum motivo não escrevi essa parte. E discordo de ser de escolha, é possivel que sim, é possivel que não, minha opinião é que seja Biológico, o ambiente onde o indivduo vive é hetero, a vida inteira foi hetero, mas não conseguiu lutar contra a biologia, são inumeros os casos de homens casados que traem a esposa com outros homens ( a hipotese é de que o cara tentou ser "normal" pelos padrões que recebeu dos pais ).
Ora, se você acha que pode ser mas também pode não ser, você não discorda de mim :)
Pois é... há homens casados, com filhos, que acabam relacionando-se sexualmente com homens. Mas isso ainda não me garante que seja um desígnio biológico. Eu vejo que o ato homossexual é um dos excessos de desejos sexuais, tal como o bissexualismo, o desejo de fazer sexo em grupo, ou com animais. Todos são impulsos, desejos que transcendem a ordem básica do ato sexual. Por isso chamamos de desordem esses comportamentos atípicos.
Um exemplo disso é o fato comum de que muitos homens, heterossexuais convictos (do tipo até que se Gabão de ser pegador e tal, inclusive adúlteros) dizem ter aversão ao ato sexual gay, mas apreciam, DELICIAM-SE com a relação sexual entre duas mulheres que, insisto: é o mesmo homossexualismo.
Fico feliz que a entrevista do Silas Malafaia e minha opinião sobre suas respostas e suas crenças tenha suscitado uma boa discussão entre bons amigos meus, que discordam, mas se respeitam. É isso que me felicita!
Bruno, sempre sagaz, de fato você pegou minha incoerência no texto logo de cara. Na próxima, antes de publicar mando a versão final pra não passar recibo.. huahhaah. Tiro as aspas do curar.
Conjecturamos sobre o que não podemos provar, meu queridso Bruno. Minha crença(hj tô q tô querendo crer..kk)num pré-determinismo é meio esculachada pq não coloca totalmente de lado a real influência que o meio faz no comportamento das pessoas. Só que na minha versão dos fatos nunca se foge de quem se é. Posso estar errado. Quem sabe?
Vou me alongar na resposta. Mesmo não achando que um homossexual não será trazido a heterossexualidade via repressão, claro que seu exemplo de alunos efeminados - que não necessariamente pelo meu raciocínio e pelo seu também imagino será gay - precisam ser melhor assistidos pela mãe solteira ou pela avó, quem quer seja responsável pela criação. Se bem o entendi Bruno, não se trata de dizer ao garoto efeminado ou a menina masculinizada que ela precisa ser curada de doença alguma e sim melhor prepara-lá para enfrentar o mundo seja lá quais forem as escolhas daquele futuro adulto.
Quanto aos psicopatas, Bruno e Daniel, é mais um dos casos que tenho convicção que um psicopata nasce psicopata. Provar não posso. Só posso mesmo torcer pra que nem eu nem os meus encontrem um deles pela frente.
Enquanto escrevia o texto sobre a entrevista, por vezes me achei suave com o Silas, por vezes me achei duro com ele. Pela forma como tenho apanhado pelo que escrevi, acho q fui bem, já que consegui desagradar a todos... hauhahaha
Abraços para ambos!
Começo pelo final. Há algo de inexplicável na preferência de homens héteros pela pornografia lésbica. São sim, de certo, impulsos, mas o diferencio daquilo que se entende como impulso homossexual. Um assiste a um ato que não poderá jamais exercer em busca da sensação de prazer. Outro quer fazê-lo e sentir prazer. Explico: um homem que vê duas mulheres fazendo sexo jamais poderá substituir uma outra mulher naquele ato, sentido prazer só ao assistir a cena. Um homem que faz sexo com outro parte para os finalmente. Em alguns casos, é bem verdade, há sim compulsão sexual. Mas na maioria dos casos não parece ser o caso. Como isso ocorreu? Ou nasceram assim, ou não sei. Ah!, na boa, esse papo de bissexualidade já é zona. Ai não dá. Ou se é gay, lésbica, transsexual ou se é hétero. O resto é conversa mole!
Bom vamos lá,
acredito que muita gente tenha te encaminhado a entrevista, e sim também vi e adorei pelo debate. Como diria o jô soares, o bate papo é o maior nível de voyeurismo.
A parte do dinheiro estou com você, ele falou aquilo para tentar provar que não leva vida de rei com o dinheiro dos fiés, e se tem uma coisa que funciona no Brasil é o fisco, mas vamos lá, depois ele diz que administra 120 igrejas. Mas o q ele não completa é que a igreja dele tem o patrimônio de 250 milhões de reais, e quem é o majoritário? Ah tá.
Como você também não acho que exista como provar se a pessoa nasceu no sexo "correto" ou não, porém estou com ele e discordo do que você diz de que a pessoa nasce o que vai ser.
Acho que a educação que ela recebe tende a pelo menos indica-la um caminho certo.
"Eu sei que pau que nasce torto se endireita
E eu exemplo vivo continuo na luta" Marcelo d2
Então estou com ele quando diz que dois homens ou duas mulheres não podem criar uma criança perfeita para nossa sociedade. Pois a criança que é criada vendo seus 2 pais se beijando em casa já terá tendências a ser homossexual ou no minimo simpatizante.
Quanto a PLC122 deixei para o final porque não tenho o que falar.
Este assunto rende mais do que deveria, é uma palhaçada sem fim.
Att,
Tenho 100% de certeza que menos de 50% da timeline que comentou/comenta sobre o que foi dito pelo medíocre e odioso Silas Malafaia no programa da Gabi sequer assistiu 10% da entrevista. O que consegui extrair após 45 minutos de debate (e não entrevista) é que Silas Malafaia é acima de tudo sincero. Ele fala o que acredita. Sem contar que o discurso sofista-esclarecido dele tem uma retórica impenetrável, deixando até uma das maiores entrevistadoras do Brasil sem reação. Silas é preconceituoso, não sabe porra nenhuma de Evolução e tem caráter duvidoso: isso pode ser evidenciado, mas o mal do homem (ou da mulher, ou do gay, que quer que seja) é achar que é perfeito e não ter escrúpulos para julgar o próximo sem olhar para o próprio umbigo. E sinceramente, a boca fala o que o coração está cheio.
Não importa absolutamente se alguém nasce homossexual ou não. É um comportamento, podendo ter origens biológicas, psicológicas ou ambas, tanto faz. Os religiosos usam o poder coercivo da fé para espalhar a discriminação e o preconceito. E, sendo otimista, logo estarão proibidos de continuarem o fazendo, graças a Deus.
*coercitivo
Sim, porque os ministros da tolerância e do direito de liberdade, ou seja, a militância gay, simplesmente não são tolerantes coisa nenhuma. São autoritários e incapazes de conviver com, vejam só!, o DIFERENTE.
Nada tem o movimento gay contra a diferença, mas contra a discriminação, seja pública ou privada. Democracia e discriminação não combinam, não fazem parte da mesma moeda.
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