A Polícia do Mundo

O mundo é um lugar perigoso que precisa ser policiado por excesso de maus frequentadores, e estes precisam ser vigiados. Não são. Eis que nesses dias estranhos surge a figura de Edward Snowden, com seus óculos de Clark Kent e a cara do Peter Parker. O mundo dos estranhos respira aliviado, suponho. Temos Snowden! 

Imagino o arrependimento de quem recrutou e/ou avalizou a entrada do traidor na Agência Nacional de Segurança norte-americana. Snowden, é claro, entrou na Agência com o nobilíssimo propósito de proteger as informações secretas dos países alheios. Os Estados Unidos que se danem, am I right, Snowden? 

A cara da traição.

O que faz de Snowden o paladino que nunca foi é o velho sentimento antiamericano, esse ódio incontido nutrido e acalentado corações mundo afora. Entender os que odeiam os EUA, nunca entendi. Ainda mais no Brasil, já que a maioria deles é de universitários abastados. 
Nas férias de julho o sujeito (a) vai para Miami e lá compra uns relógios a mais, uns videogames a preço mais barato. Nas férias de janeiro o sujeito (a) vai para Disney e lá vê o Pateta - no espelho - o resto do ano o esperto deita a falar mal do Império (sic) via facebook. Por que ele não vai comprar Rolex na feirinha de Havana? Por que não vai visitar o Museu da Revolução, dando de cara com o cadáver de cera do Fidel? 

O antiamericanismo vive! 

Quem não é neófito no assunto sempre soube que existia espionagem entre países, ainda mais entre potências. Assim é desde sempre, creio. Mas como na imprensa mundial notícia boa é piada, noticiou-se que os EUA desistiriam de tentar extraditar o traidor porque ele teria em mãos documentos que provariam espionagem de altos membros do Partido Comunista Chinês, o partido único na China. Recorro a lógica, aquela que nunca falha: se abrem mão da extradição passam recibo da espionagem. Se o repatriam, escancaram o que todos já sabem, mas ao menos poderão punir quem os desnudou. Neófitos, qual seria o melhor cenário para os americanos? 

Enfim, os americanos de hoje são é muito moles com os haters . São moles a uns 20 anos pelas minhas contas. Os Estados Unidos  são uma ideia, desgoste quem quiser. Ideário que ilumina o mundo faz 225 anos. Durante o percurso algo se apagou, centelhas se perderam e em vez de policiar o mundo como deve uma potência compromissada a seus valores, largaram a missão de lado, lavaram as mãos e estamos onde estamos. 

Aos cubanófilos, com carinho! 

Se antes o inimigo era a Coroa Inglesa, ontem era o terrorismo fora de casa, seja ele Islâmico ou outro qualquer. Se antes o inimigo era o Comunismo da antiga URSS, ontem foi o terrorismo em casa, personificado nos irmãos Tsarnaev. Se antes o inimigo se sabia quem era, hoje o inimigo é a boçalidade. Impossível combatê-la a contento, ainda mais sem liderança. 

Faz  tempo,  comparei no finado Orkut  Dilma a Obama dizendo que o mito do primeiro negro a governar os EUA não duraria muito assim como não duraria o mito da primeira mulher a governar o Brasil. Pois é... Ruíram os dois. Um foi denunciado por um sujeito menor. Caiu por excesso de incompetência. A outra foi derrubada pelo fogo amigo e por sua incompetência excessiva. 

E mesmo com tudo isso, segue o mundo girando, seguimos nós nossas rotinas. Segue o mundo sendo um canto difícil de se viver, embora o único habitável; extremamente perigoso. Gás Sarin, bombas nucleares, homens e mulheres bomba, o PSOL e o PT. Quem poderá nos defender deste males? O Chapolin Colorado? Edward Snowden? China? Lula? Não creio. Tenho uma sugestão: que tal os Estados Unidos?