quinta-feira, 20 de setembro de 2012

A educação Brasileira: ideologia x avanços


Saio por um momento da política, assunto que realmente me move, para entrar numa outra seara que se fosse mais bem cuidada poderia dar a real chance do país crescer e virar a potência tão sonhada: a educação.

Além de escanteado, o tema é ideologizado da pior forma. Nas esferas estaduais e municipais, por exemplo, quando crianças e adolescentes deveriam receber a gênese do conhecimento, graças à formação torta do corpo docente, usa-se o já batido método Paulo Freire de ensino. Tal método trata-se tão somente de adestramento político para massas, que já foi devidamente desmascarado no mundo todo, prosperando apenas nas instâncias mais distantes da civilização globalizada. Desolador é saber que dos cenários esse não é o pior. Pelo país todo há quem nem ao método Paulo Freire – que é ruim, mas vá lá, alfabetiza minimamente - esteja exposto.

Nos grandes centros, depois de muita luta, sem foice, claro, o adolescente que consegue vencer as várias etapas do péssimo ensino público ou do medíocre – na acepção da palavra – ensino particular, se vê frente a uma forma caduca de vestibular, que na maior parte das vezes privilegia quem não deveria receber mais privilégios.

Para não perder fio da meada e ser claro: universidades existem é para formar elites intelectuais e não para dar diplomas a pés-rapados, como dizia Paulo Francis – o Paulo que presta neste texto! Portanto, em algum ponto, há de se ter privilegiados. Mas não da forma como fazemos por aqui, enchendo as universidades públicas com quem estudou em boas escolas particulares ou teve condição de pagar cursos específicos para serem aprovados, e pior, tentando supostamente consertar a distorção com a política de cotas.

As ditas melhores universidades do país, que no mundo não figuram na lista das 50 melhores são públicas, com raras exceções. Ultimamente elas sofrem com greves. Todos os dias elas sofrem com o sucateamento físico e ideológico. A USP é o caso mais aberrante do que atesto. Por todos os campus do Brasil, incompetentes ministram aulas irrelevantes, doutrinárias e absurdas.

Países menores que o nosso conseguiram nos anos 90 darem saltos qualitativos economicamente após pesado investimento na educação, abolindo a ideologização de sua população, o que lhes proporciona até agora bons frutos. Para exemplificar, cito a Irlanda. Embora reconheça que nossos problemas são proporcionais ao nosso tamanho, logo maiores que os irlandeses, se eles puderam, nós também devemos.

A discussão está proposta, queridos. Ainda voltarei ao tema.

6 comentários:

Gustavo Romano disse...

Os péssimos cuidados dados a educação brasileira geram um povo com pouca informação e quase todos os problemas Socioeconômicos. Melhores condições aos educadores e aos educandos.

Unknown disse...

O Brasil não tem uma melhor educação apenas porque não quer.
O investimento é patético, pois eles precisam de um povo burro que não saiba votar e manter essas porcarias que estão no poder.

VOLTA GETÚLIO!

Gabriel Amaral disse...

Mas o que você tem a dizer sobre a ideologização do ensino?

Gabriel Amaral disse...

Chiste não vale, Lucas. Getúlio nunca mais. E nossa situação passou da querencia. Já é questão de vergonha na cara. Nossa e de quem nos governa.

Grazielle disse...

Bem, como futura Pedagoga não concordo com o jeito no qual se refere a Paulo Freire, pois o seu método não era simplesmente alfabetizar tinha objetivos mais abrangentes, fazer com que as pessoas assumissem sua dignidade e refletissem sobre a sua realidade. P.F. desmistificou o ato pedagógico. Dito isto, não cabe uma discussão.

Concordo plenamente que as universidades públicas sejam apenas para a elite, quando na verdade deveriam ser para a camada popular que não tem condições de arcar com as despesas de uma universidade particular. De fato, se o indivíduo for oriundo de escola pública, ou se mate de estudar para ser aprovado no vestibular, ou junte dinheiro para pagar a faculdade, pois a concorrência é desleal. E ainda dizem que a política de cotas serve para minimizar as desigualdades, não sei para quem. Pois, o sujeito que durante toda a sua vida teve um ensino de péssima qualidade, ao entrar na universidade pelo sistema de cotas, ficará totalmente perdido e sem chão.
Para se ter uma ideia até o uso alguns livros didáticos é uma forma de ideologia, pois na maioria das vezes não condizem com a realidade do aluno.
Enquanto não investirem na Educação de qualidade para todos, sem exceção, o país continuará da mesma forma. Pois assim, as pessoas continuarão tendo um pensamento não reflexivo e votando nesses políticos que não fazem nada. É isso o que eles querem. Para finalizar, concordo também com o que o Gustavo disse. Nada mais.

Gabriel Amaral disse...

Grazi, Grazi, Grazi, minha querida!!! Claro que cabe discussão sobre a suposta desmistificação do ato pedagógico que você clama para Paulo Freire. Se vivo o próprio diria: calma, minha filha. Não sou isso tudo.
Paulo Freire já foi jogado no limbo dos ineficientes faz tempo no mundo todo. Até mesmo ex-seguidores dele, ao melhor se inteirarem sobre o que realmente queria o seu P.F com seu lero-lero ideológico se decepcionaram, seguindo outros rumos. Grazi, universidades publicas não devem ser nem para ricos e nem para " a camada popular que não tem condições..." Ela tem que oferecer condições de todos poderem concorrer a suas vagas em condições minimamente satisfatórias. Iguais nunca. Como qualquer pessoa normal, claro que quero avanços na educação. Mas com essa lenga-lenga de igualdades, de cotas ou usando método Paulo Freire, com sorte seremos apenas um grande bananão do futuro.