Dilma Rousseff, armada e perigosa, não é só a primeira
mulher a presidir o Brasil. É, também, a primeira pessoa a se tornar mandatária do executivo após ter sido braço ativo em vários grupos da esquerda armada durante a Ditadura Militar. Pois bem, com esta sanha vingativa babando, caneta a
mão, nossa búlgara juntou meia dúzia de sete amigos e declarou instalada a
famigerada Comissão da Verdade.
Nela há malandragem. A lei sancionada
sobre a Comissão diz que serão investigadas as violações de direitos humanos
entre os anos de 1946 e 1988, ou seja, escapa dela os anos de arbitrariedade
Varguista e de seus contemporâneos. E por que assim é? Por que assim se iniciou
este texto?
No Brasil, verdade é mentira e está a serviço da esquerda. |
Uma das razões para a escolha do período a ser investigado
(se é que o termo investigação cabe ao trabalho de uma comissão dada ao
revanchismo) é a tentativa vexatória de certa esquerda nativa de reabilitar
Vargas, que com a esquerda nunca quis nada além de votos que o perpetuassem no
poder.
Num dos momentos mais indignos de sua carreira como estadista, despachou
ainda grávida a judia Olga Benário, mulher de Luiz Carlos Prestes para a
Alemanha Nazista. Lá, enfurnada num Campo de Concentração, ela deu a luz a hoje historiadora Anita Leocádia Prestes, e foi
executada numa Câmara de gás. Morreu por ser judia e por ser de esquerda.
Outra razão, especulo, é a ojeriza histérica da esquerda nacional ao
governo do General Eurico Gaspar Dutra, que assumiu a presidência em janeiro
de 1946. No seu período no cargo, Dutra viu e trabalhou para a cassação dos
direitos políticos do PCB (Partido Comunista Brasileiro) e aproximou de vez o
Brasil a linha política Norte-Americana do pós-guerra (crime supremo para a
esquerda).
A terceira razão pela qual enveredo no campo das especulações,
me remete a figura controversa já citada. Não falo de Dilma. Postes não são controversos. Falo de Luiz Carlos Prestes, lenda comunista, sobre quem pesa
apelido inexplicável: Cavaleiro da Esperança.
O homem pode ter sido tudo, menos esperança. Era comunista.
Mau começo. Era um personalista renitente. Suas eventuais falhas e fracassos
eram sempre culpa dos outros ou de um ente colocado na primeira pessoa do plural,
como bem atestou Jacob Gorender, histórico marxista brasileiro que conviveu com
Prestes quando era parte do Comitê Central do PCB.
Entre os fracassos que podem e devem ser computados a ele:
1º
– a penúria da Coluna Prestes que se achou salvadora dos excluídos e redentora
da moral torpe das oligarquias da Velha República. No entanto, foi escorraçada
por quem pretendia salvar, pois na Coluna havia quem matava, saqueava e
estuprava – os pobres.
2º – não ter notado que o PCB seria cassado em 1947, chegando a assegurar que o PCB manteria seu registro eleitoral, o que
desmantelou a força de protesto dos companheiros (bom fracasso, entendo!)
3º – ter apoiado incondicionalmente o presidente João
Goulart, conhecido aproveitador, colocando a ideologia comunista a mercê das vontades
do presidente que só queira, assim como Vargas, se perpetuar no poder fosse com
o apoio da direita, fosse com o da esquerda. De tão inapto, ficou sem nenhum.
4º – não ter empreendido esforço para unificar as esquerdas
brasileiras pós-golpe de 1964 (convenhamos, outro bom fracasso).
5º – não último, mas mais ignóbil deles, ter ordenado em estado colérico e leviano a morte de uma menina de 16 anos.
O caso de Elvira Cupello Calônio, pseudônimo Elza, é
revelador da face que o Prestes conhecido tão habilmente manteve distante de
si. Elza, 16 anos, era mulher do então secretário-geral do PCB, o Miranda. Com a queda de
quadros do partido nas mãos da Ditadura Varguista, sem provas factuais, a
garota, como ficou conhecida, foi acusada e condenada por Prestes como se
delatora fosse. No livro Combate Nas Trevas, Jacob Gorender é taxativo ao
chamar Prestes de leviano. Mais leviana foi a iniciativa de Prestes para condenar Elza: analisou de
memória (a dele), a caligrafia de bilhetes de Miranda que dados por ele como
falsos incriminaram de vez a semi-analfabeta, pobre e indefesa menor, que
enforcada por membros do partidão, foi partida em vários pedaços e espalhada
por um terreno em Guadalupe, subúrbio do Rio. Crime atroz.
Corpo partido em pedaços pela vontade de Prestes. Para Elza e seus familiares nada. Para Prestes, seus familiares e acólitos, tudo. Até a mentira! |
Contexto distante das agruras dos
anos de arbítrio militar inconteste, Prestes, aquele que é tido como Cavaleiro
da Esperança, sem remorso e sem piedade, seguindo os preceitos stalinistas, em
1936, ordenou assassinato brutal. Direitos humanos que valem para torturados nos
porões do Regime Militar valem para assassinados por esquerdopatas. Não para
Elvira. Menos ainda para Elza. Seu justiçamento não será contemplado pela Comissão da Verdade, muito
por que seu algoz é história e não pode ser jogado na lama, pois se jogado
levaria consigo toda uma geração.
5 comentários:
Posso dizer que esse é um dos textos mais sérios desse um ano de blog. E que é um dos seus melhores.
Mas vou dar uma pequena discordada. Porra, se a direita luta pra esquecer o que fez de ilícito naquela época, a esquerda também pode ocultar algumas coisas.
Eu acho que o tempo já passou, os dois lados fizeram muita merda e essa época deveria ser esquecida. Mexer na merda só vai fazer o cheiro subir e não vai reparar nada. Só traz vingança.
Elogio de amigo não vale, Lucas!! hehehehe
A sua discordância e a sua tese final já tem respaldo: é a Lei de Anistia, para a qual a Comissão Nacional da Verdade(sic) pretende dar uma banana e dizer que ela é válida até a onde ela achar válida. Não é assim que a banda toca, nem pra direita e nem para esquerda. Na verdade não deveria tocar assim a banda, mas toca, porque é vontade de quem manda. Quem manda agora estava durante a Ditadura do lado de lá do Front. Erraram, não assumiram seus erros, cometem erros ainda banais hoje e querem vituperar os erros alheios como se nobres foram os deles. Não foram. Por isso que estamos no limbo. Por isso escrevo!
Me recolho à minha "leiguisse" no que se refere o texto. Tenho conhecimento de ensino médio em história mas, pelo pouco que compreendo, devo dizer (pela, quissá, enésima vez) que curti bastante.
Talvez um pouco suspeito por eu adorar ver comentários anti-esquerda mas, não tira o mérito do texto bem escrito.
Venho a acrescentar um comentário que não cerne ao texto mas que vocês entenderão de primeira.
É o trecho de uma música (Fire it Up - Black Label Society, caso queiram ouvir) que sempre que algo me ocorre, ela automaticamente começa a tocar na minha mente e me dá forças para continuar.
Segue o trecho:
"Fire it up
Let the engines roll
It's time to burn it down
Keep moving on
Face your fear
Accept your war
It is what it is"
Keep moving on those butts, boys! =)
Entendi a mensagem da música, Sarah... E nós continuaremos sim, pra você, pra vocês e por vocês. Obrigado em todos os sentidos pela força!
Valeu Sarah!
É nessa horas que você vê quem tá com a gente e quem tá cagando solenemente.
Obrigado pela moral. Continuaremos e faremos essa porra dar certo!
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