quinta-feira, 3 de julho de 2014

Por um mundo mais "Orkut"

Essa semana tivemos o anúncio que o triste fim da rede social Orkut acontecerá no dia 30 de Setembro. Criada pelo Google no ano de 2004 por um funcionário de mesmo nome e que fez sucesso demais, principalmente no Brasil, onde se encontrava o maior número de usuários, até mesmo no seu final, com o Orkut já “às moscas”.

A reação dos brasileiros foi quase igual a uma morte de um amigo próximo. Surgiram diversos comentários saudosistas no Facebook. Em alguns sites onde todos relembravam as diversas brincadeiras por meio de imagens e de textos engraçados, as invasões de perfil e os depoimentos (que saudade de receber um!) foram relembrados por vários amigos que se declaravam diariamente ou “invadiam” para deixar diversos ‘eu te amo amigo(a)’, que era mais vulgarizado que não sei o que. Cabe dizer que até petição foi feita para que a rede social não pare de funcionar. Inclusive quem quiser, segue o link: https://secure.avaaz.org/po/petition/Google_Nos_pedimos_ao_Google_que_nao_encerre_a_rede_social_Orkut/?cBycagb

Eu “fui criado” na internet pelo Orkut. No alto dos meus 22 anos, não cheguei a pegar as salas de bate papo cheias de pedófilos e também não tive um ICQ. Recebi um convite da minha irmã, que gastou um dos dez que recebeu (inovação para aquele longínquo 2004) e entrei nesse novo mundo da internet do qual nunca mais saí. É sério, eu nunca mais saí.

A cada comunidade engraçada era um “ei mãe, entrei nessa comunidade aqui” e foi nessa rede social que aprendi a mexer na internet e muitos dos macetes e bobeiras que vi por lá, até hoje estão comigo. Quem nunca falou ou não fala VÃO SE FODEREM? Quem nunca riu do menino da comunidade da Lavínia? Quem nunca fez piada com o país (aqui tem piscina vem Canadá) ou ria dos idiotas que faziam isso? Quem nunca roubou um topo de um amigo? E quem nunca entrou num “beija ou passa”?



Mas a maior herança que o Orkut deixou, na minha opinião, é algo que falta hoje em dia: o próprio “mundo do Orkut”. Vivemos em um tempo chato, onde por tudo as pessoas se ofendem, tem sempre alguém “cagando regra” e arrumando briga por qualquer motivo. Ou fazendo uma postagem imensa reclamando de algo redundante com o objetivo de angariar curtidas. A linha do tempo, que não existia na época do Orkut, fez com que as pessoas tivessem a necessidade de querer parecer o que não são. Isso me dá uma saudade eterna dos emos, com seu nome de Srto. Miguxo ou algo similar.

Não sou hipócrita de dizer que prefiro a estética do Orkut, já que o Facebook facilitou e muito na comunicação entre as pessoas (inclusive assassinando também o saudoso MSN) e hoje em dia é fundamental para qualquer pessoa sobreviver nesse mundo. No entanto, ao invés de progredirmos na internet, parece que houve um retrocesso e estamos nos tornando cada vez mais chatos. Somos mais caretas, mais hipócritas e cada vez mais desprezíveis. O Orkut eu até dispenso, mas como eu queria que aqueles tempos mais simples e alegres voltassem.

3 comentários:

Gabriel Amaral disse...

Pra mim o Orkut era no começo uma inovação e, como se tornou uma febre no Brasil, como tudo que é febre aqui, se tornou uma tragédia. Este fim é o que prevejo para o twitter. Não para o Facebook que me parece mais maduro para sobreviver as tempestades do mundo digital. Adeus, Orkut. Por mim, sem saudades.

Anônimo disse...

o facebook é o paraíso da classe mérdia que pode exibir suas fotos ao lado da torre eifel ou cheio de sacolas num xopim de maiami

Anônimo disse...

Então continue la... la não tem ninguem, por outro lado ninguém le as merdas que vc escreve, ou seja, dá na mesma