Amarildo e Black Blocs no 7 de setembro

Onde está Amarildo? Sei lá. Ou melhor, sei sim. Todos nós sabemos. Amarildo foi assassinado por maus policiais. Por quais motivos não mais importa. Se ele era ou não traficante, se foi pego por engano ou se compactuava com o tráfico a base de coação ou por vontade, a esta altura se trata de detalhes. Fato é que a trágica morte de Amarildo tem servido a uma gente que sinto ter de apontar, não presta. Explico:

Uma parte da classe média e de ricos brasileiros foram às ruas em junho, julho, agosto (em menor proporção) protestarem não se sabe muito bem a favor de quem e contra o que. No início era o aumento da passagem o mote. De uma hora para outra não era só pelos 0,20 centavos. Justo. Há várias revindicações a se fazer. Houve momento que os mais apressados já cantavam vitória do "povo nas ruas". Ledo engano. Na sequência os políticos que temos mostraram o "medo" que tinham do povo na rua. Medo nenhum! 
 Duas considerações a notar das manifestações de junho pra cá: 

• As manifestações que começaram com viés apartidário levaram multidões as ruas. Assim que os partidos, sobretudo PT e PSOL e grupos aloprados como os Black Blocs, a famigerada - e já marginalizada - Mídia Ninja e Anonymous postularam a liderança das manifestações, elas murcharam. 

• Quem foi a pelo menos uma manifestação, falo do caso carioca que pude acompanhar, sabe que as classes D, E, F, (o lulismo inventou várias classes ao longo de 11 anos) não foi aos protestos. Estava bem mais preocupada em chegar em casa mais cedo. Quem poderia recriminá-los?                                                                         

Não há como recriminá-los porque aquela parcela da classe média, a classe média black bloc anarquista, que odeia a outra parcela da classe média, aquela que paga suas contas, os impostos e os juros escorchantes dos bancos, na verdade, jamais se importou com os pobres, com os descamisados. Os usam somente como massa de manobra. Usam os pobres e descamisados como desculpas para se fantasiarem e, mascarados, extravasarem em forma de baderna todas as suas frustrações.

Eis que Amarildo volta a nossa conversa. Prometem os mascarados do Black Bloc fazerem a maior arruaça - manifestação pacífica eles não gostam - no dia 7 setembro. Neste dia, até os anarquistas sabem, os militares desfilam nas ruas do Centro da Cidade. E, para melhor engarem os que querem se enganar - e não são poucos -, usaram o sumiço e morte do Amarildo, como se a virtude estivesse só do lado deles. Perguntam eles: cadê o Amarildo? 

Baile de Máscaras

Com esta pergunta pretendem satanizar a polícia e afrontar os militares, que registre-se, não tem nada a ver com o caso Amarildo. É problema da polícia e agora função da justiça esclarecer o sumiço. Mas a classe média Black Bloc e outros abilolados cismaram que a polícia segue a lógica dos anos de Ditadura Militar, por isso colocam no mesmo balaio Polícia, Exército, Marinha, Aeronáutica, salvaguardando tão somente os Bombeiros. Se eu fosse bombeiro não estaria contente com a loa. 

O fato é que se ignora que os militares detestam mais este governo do estado do Rio e o federal, odeiam bem mais que os blocs anonymous da vida. Mais do que isso, são cidadãos também. A raiva e ojeriza injustificada de justiceiros banais, que tomam nossas ruas, ameaçam a liberdade de ir e vir dos comuns, atacam e satanizam corporações, tudo por se dizerem porta-vozes daqueles que sabidamente os ignoram, pois a vida é mais do que um baile de mascarados, precisa ser brecada. 
Precisa ser brecada o quanto antes, hoje, amanhã no 7 de setembro, nos dias subsequentes. 
Eu e todos os que querem mudanças, as pessoas sérias, sabem que a grande invenção pra estes dias é bala de borracha.

7 de setembro promete!