domingo, 16 de março de 2014

O reacionário correto

Como bem disse o Lucas no texto abaixo, começou o ano. De novo. Poderia já estar por terminar. Sinceramente, salvo rara sorte nossa, as pessoas de bem, me parece que o ano vai terminar mal. Divaguei em adivinhações. Volto ao que quero. 

Dia 31 de março estará o Brasil frente a marca de 50 anos da instalação do que se convencionou chamar Ditadura Militar ou Golpe Militar. Há quem discorde. Revolução, Contrarrevolução são termos que militares de hoje e da época usam recorrentemente para tratar o período. Não se trata só de uma discussão historiográfica. Trata-se, leitor amigo, não se iluda, de discussão ideológica. Mente desavergonhadamente quem diz analisar o tema com distância cientifica, sobretudo os que estão por ai a pontificar sobre o tema em jornais, revistas e comissões da (meia) verdade. 
Na foto, em destaque, Castelo Branco, o primeiro presidente do movimento militar de 1964. Um homem honrado, não importa quem o analise.  

Sou um homem de direita. Um reacionário. Do meu prisma toda a conta fecha na teoria de que o Brasil estava prestes a se tornar zona de influência comunista. Não que o presidente João Goulart, o Jango, fosse um. Não era. Jacob Gorender, brasileiro, embora o nome o traia, historiador marxista, acertadamente na obra Combate nas Trevas trata Jango como um pequeno burguês despreparado para o exercício do poder, que largado de mão pela elite que o apoiava, acenou à esquerda. Na figura de Luiz Carlos Prestes encontrou uma voz. O mesmo Prestes e a esquerda que representava, criticou Gorender, ficaram a reboque do governo federal. Tal posição da esquerda nacional foi um dos muitos motivos dos vários cismas da esquerda brasileira. E foi também fator precipitador da sina militar. 
Livro de cabeceira sobre os idos de 64, do professor Jacob Gorender, um marxista honrado. 

Um homem despreparado para o cargo e mal assessorado não era novidade no Brasil. Nem seria a última vez, vide Sarney, Collor e o 9 dedos que não sabe de nada. 
Mas naquelas quadras perigosas dos anos 60, contexto da Guerra Fria, a dicotomia EUA x URSS, Capitalismo x Comunismo, poderia ter sido fatal para o Brasil ter ficado do lado errado. No fim dos anos 80, o lado errado ruiu. Governado hoje pelos vencidos nos anos 60, está o país mais uma vez pronto para ruir. Não é coincidência. 

Encerro esse primeiro texto sobre momento tão importante da história contemporânea nacional fazendo um mea-culpa: é notório que tomado o poder, excessos e erros foram cometidos pelo Estado. Direitos básicos foram suprimidos, sabe-se e recorreu-se a práticas inaceitáveis contra pessoas que não faziam parte do aparato terrorista. Contra terroristas, acredito firmemente, tudo pode e deve ser usado. Quem quiser chorar por eles que chorem. No cemitério. De toda forma, estamos aqui nós, os reacionários, e eles, os revisionistas, a reavivar a memória do que nos faz hoje um país com problemas insanáveis. 
Mas não nos jogue pedras por 64. Houve um dia que os reacionários estavam corretos. 

PS: Comprei O Globo de domingo (16/03/2014). Achei que tinha comprado, por engano, a Cartilha Capital em forma de jornal. Houve momento que li a Caros Amigos nas linhas do diário dos Marinhos, tão difamado pela horda esquerdopata. Na balada atual ainda lerei o José Dirceu como articulista da Veja. Direto de Havana. 

2 comentários:

Bruno Linhares disse...

Boa abordagem para dar início à conversa sobre tão importante momento da nossa história.
Pena que os revisionista tendam a se tornarem revanchistas, num piscar de olhos. Hoje são eles que buscam censurar o debate, agridem e cospem em *senhores idosos* que se reúnem para rememorar os idos de 60, como se todos fossem tão carrascos quanto todos os torturados eram terroristas.

Gabriel Amaral disse...

Não é uma tendência dos revisionistas a revanche. É parte pensada de quem são e do que acreditam até hoje. Não me enganam. São pessoas que ainda vivem o "sonho" do comunismo nos seus corações.Mentem e roubam em nome disso. Conscientemente. Com isso, induzem a garotada criada nas coxas a fazerem o que fizeram em frente ao Clube Militar, em 2012. Motivo de comemoração da colunista social Hildegard Angel, filha da Zuzu Angel e irmã do Stuart Angel Jones, psicopata morto, diga-se. Eles não são quem são por um acaso, Bruno.