sábado, 26 de abril de 2014

A verdade dos outros

Ninguém pode asseverar os fatos que se sucederam no Pavão-Pavãozinho, na madrugada da última terça-feira, quando após tiroteio entre bandidos e policiais foi achado morto Douglas Rafael da Silva Pereira, o DG. Nem a policia sabe, desconfio. Só uma pessoa sabe: a mãe do finado. 
Imagem I - Mãe de DG e a foto estilo pai de família
O corpo do dançarino do Esquenta ainda não esfriara no necrotério e ela já vaticinava que seu filho havia sido executado por policiais da UPP local. Sua certeza fatal acompanhada de dor, pesar e choro copioso, comove. E tem alta dose de irresponsabilidade. Espetáculo televisivo da melhor qualidade na mão de abutres, do gosto dos mórbidos. Garantia de votos para os mercadores da morte. 

Quem olha bem ao redor sabe do que falo e quem são os mercadores da morte. Eles achincalham a polícia, desvirtuam as leis, lucram com a dor e a morte dos pobres que monopolizaram para si. Nada de novo no método. O que impressiona é o extenso rol de personalidades, políticos e entidades governamentais ou não a perpetrar o embuste. Reintroduziram a luta de classes no país. Na marra. 


Asco
Com a morte de DG não foi diferente. A tática de desvirtuar a verdade tornando-a impossível, de novo, em marcha. O proselitismo de pedir o fim da UPP, claro, não é coisa de morador isento. É coisa de gente mandada. Longe de ser a UPP o que desejo - polícia tem é que entrar em favelas e morros para extirpar a bandidagem (vivos ou mortos) para pavimentar a entrada do Estado na região - é obvio que ela ficará e precisa ficar onde está. Óbvio também é que o projeto precisa melhorar em todos os aspectos. 

Sem sequer indícios, só palavras e relatos desconexos e suspeitos, a polícia de cara foi acusada de crime ignóbil. Se eu acusar sem provas DG de ter sido traficante ou no mínimo de compactuar com crime, serei leviano porque a verdade por aqui é a versão que os descolados tem dos fatos. Por exemplo: 
 e se eu disser que o da direita é o DG? Pode ser montagem, certo? Pode. Não sou perito. Me mandaram a foto e cá estou a vê-la. Leviano é levantar hipóteses sem saber a verdade. Outro exemplo:   Homenagem do tráfico a DG. Mais?   DG presta homenagem suspeita a traficante morto. 

Ok. Ok. Nada disso prova que ele é traficante ou criminoso, concordo. Mas também nada prova que no meio de um tiroteio policias pararam para torturar e assassinar DG, como asseverou sua mãe que disse não querer fazer que façam uso político da morte de Douglas., Opa! Já fizeram e fazem e ela não disse nada. Ou ela é adepta do lema do Cumpade Washington - Sabe de nada, inocente! - ou faz o jogo de alguém. 

Quando morrem policiais em serviço a gritaria é nenhuma. Mãe de PM chorando na Tv pela morte do filho-agente-repressor do estado não é bacana. Não dá votos nem fica bem na TV. Quem liga? 

Os mercadores da morte passaram a 5ª marcha. Estamos em período eleitoral. Eles dizem traduzir e serem a voz dos necessitados. Mentem. Verdade, como se viu, não é o metiê dessa gente. 

Pobre que é honesto - há os desonestos e os que coadunam com o crime, não guardem ilusões - quer é ter a possibilidade de se tornarem menos pobres e continuarem honestos. Torná-los menos pobres é tudo o que gente como eu quer. Mas gente como Jandira Feghali, Freixo e seus acólitos tem uma ideia melhor: manter os pobres no mesmo bueiro para com isso se perpetuarem como salvadores. São senhores de escravos, eu não. São coronéis, eu não. A verdade dos outros quando explicitada doí, não é mesmo? 







4 comentários:

Anônimo disse...

Nem li

SANDRA CASSARO disse...

Muito bem colocado !
Muitos familiares de VÍTIMAS "INOCENTES" DA VIOLÊNCIA, imploram por um espaço na mídia para MENDIGAR POR JUSTIÇA e não conseguem !

JUSTIÇA BRASIL !!!

Gabriel Amaral disse...

É a vergonhosa covardia o que mais assusta na canalhada. Não só isso: você leu o texto. Cretinamente, sabe-se lá por qual motivo, afirma uma inverdade em busca de uma piada rasa. Basbaque, pra dizer o mínimo.

Anônimo disse...

eu até iria ler, mas me deu uma peidação...